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2023, O Ano de Extremos que Exige Ação Global

Grande barreira de corais da Austrália. Foto: Getty Images

O ano de 2023 está sendo marcado por eventos climáticos extremos, que vão desde incêndios devastadores no Havaí até recordes de temperatura global. O Brasil, mesmo em sua estação mais fria, experimentou o inverno mais quente da história moderna, enquanto cidades no Sul enfrentaram enchentes históricas. Agora, a Amazônia enfrenta uma seca sem precedentes. Este é um chamado urgente para enfrentar a emergência climática que os cientistas alertam há décadas. O aquecimento global não é apenas um fenômeno superficial. Os oceanos, como grandes sumidouros de carbono, têm sofrido silenciosamente. Desde o início da era industrial, a acidez das águas aumentou em 30%, afetando a vida marinha, especialmente os corais, que desempenham um papel crucial nos ecossistemas oceânicos e sustentam comunidades em todo o mundo.

O último relatório do Ocean State Report revelou que a temperatura média da superfície do mar atingiu um recorde de 21,1ºC em 2023, superando o registrado em 2016. O relatório, elaborado por mais de 80 especialistas de 30 instituições em 14 países, destaca a crescente incidência de ondas de calor marinhas, ameaçando habitats e cadeias alimentares oceânicas. Essas mudanças não apenas prejudicam a biodiversidade, mas também impactam atividades humanas dependentes da saúde dos oceanos.

As ondas de calor marinhas estão se tornando mais comuns, indicando uma ameaça significativa às cadeias alimentares e habitats naturais oceânicos. Este fenômeno, documentado no Ocean State Report 7 do Copernicus Marine Service, aponta para mudanças permanentes que afetarão toda a ecologia dos oceanos, com consequências diretas na vida marinha e indiretas nas comunidades humanas.

Além disso, o aumento da temperatura das águas está alimentando o degelo marinho. Em 2023, a Antártida registrou uma perda drástica de gelo, atingindo os níveis mais baixos já registrados entre maio e junho, com a diminuição de 2,2 milhões de km2. O Ártico também está sofrendo perdas constantes, com aproximadamente 3,5 milhões de km2 perdidos desde 1979, equivalente a sete vezes o tamanho da Espanha.

O ano de 2023 destaca a urgência de ações globais para combater as mudanças climáticas. Os eventos extremos observados não são apenas desafios ambientais isolados, mas sinais claros de um sistema planetário em desequilíbrio. O relatório do Ocean State reforça a necessidade de medidas imediatas para preservar nossos oceanos e, por conseguinte, a vida na Terra. A mudança está além do horizonte; está batendo à nossa porta, e é crucial respondermos de maneira eficaz para garantir um futuro sustentável.

Fonte: Um Só Planeta

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